- Onde você estava? – perguntou Lucy ao ver o irmão chegar de mancinho.
- Tomando um ar e... caçando, e ahhh claro, salvando uma vida – retrucava enquanto subia as escadas.
- O que? – perguntou como se quisesse que ele repetisse, coisa que Oliver não faria.
- Nada – ele parou na metade da escadaria quando viu o irmão saindo da cozinha – Já foi bater rango? Fique sabendo que os “suprimentos” que estão na geladeira são da Lucila, se quer sangue humano, de suas voltinhas – era um intimação.
- Eu não estava tomando seu sangue – disse Caleb em dentes serrados – Vou comprar mais cerveja, a que tinha acabou – ele ia saindo, mas antes pegou a chave do Porsche e o celular em cima de uma mesinha.
- Ahhh, então o anjinho ta bebendo? – comentou irônico como sempre.
- Tchau – Caleb saiu, sem dizer mais nada.
Oliver olhou para a irmã no sofá e desceu as escadas correndo , quando ele chega na porta se depara com Lucy em sua frente, ela estava cada vez mais rápida, nem Oliver conseguiu perceber a presença dela ali.
- Vai atrás dele, né? – perguntou ela com aqueles olhos marcantes em cima dele.
- Não em enche piralha – ele se desviou dela e saiu, sumindo floresta a dentro.
Mery saia do pet shop naquele instante, depois de passar o dia todo. À noite ela enfim descansaria, se é que poderia pois sua mente só conseguia pensar em “Caleb”. Mas algo a assustou, não era só ela que se encontrava ali, na floresta a esta hora da noite, mas também um corvo a vigiava. O porque destes pássaros tanto gostarem dela, primeiro um gavião e agora um corvo? Que horror!
Horror era a forma como aquele animal a olhava, algo lhe era familiar, mas o que seria familiar a um corvo?
- Chispa daqui... SOME, SEU BICHO NOJENTO – Lea fazia de tudo para o animal se distanciar dela, mas ele sempre estava em um galho a vigiando com aqueles enormes olhos negros, assim como sua aparência, sombria.
De repente aparece um gavião, o corvo se assusta, os dois começam a piar alto. O gavião voa sobre o pássaro que some no alto de um pinheiro. Mery aproveita para correr e chegar o mais rápido possível no hotel.
- Você sempre me atrapalhando – resmungou Caleb já no chão encarando o irmão, em forma de humano, ou melhor vampiro.
Oliver ri da cara de desapontado do outro.
- Você não é ingênuo o bastante achando que aparecendo para a Mery ela não iria se assustar, né? – pausou um pouco – Ainda mais como um corvo?
- Você viu que irônico? Você um gavião, e eu? Um corvo nojento... – resmungou em protesto.
- Talvez seja porque um dia, você será visto como o vilão, irmãozinho – ele sorri e vira o belo gavião sumindo no meio das arvores.
Nisso Caleb ouve em sua mente. Viu como você se sente forte com sangue humano? – era Oliver em sua cabeça.
- Preciso estar forte para te vencer, Oliver – disse como resposta, o irmão se calou.
Todo sábado como de costume todos os jovens se reuniam na praça para se divertir e conversar, mas neste sábado Mery não estava com a mínima animação.
- Vamos Meredith, você vai se divertir – dizia Justin à ex namorada.
- Não estou com vontade, hoje – respondeu ela.
- Você vai sim – disse Sam, se aproximando da amiga – Precisa esquecer ele – murmurou no ouvido de Mery.
Mery olhou de rabo de olho para a amiga.
- Acha que tem como? – perguntou sem perceber que Justin as ouvira.
- Como o que? – ele não estava entendendo nada e nem era.
- Ta bom, eu vou – disse em bom tom, e sorridente.
Já que se não aceita-se sabes se lá o que Sam diria a Justin.
Chegando lá Justin comprou um sorvete para elas.
- Um de chocolate e dois de morango – ele sabia o sabor de cada uma.
O de chocolate foi para Sam e os outros para ele e Mery.
- Se lembra do nosso primeiro encontro? – perguntou ele entregando o sorvete a Mery.
- Claro, você tava duro e acabou pedindo dinheiro emprestado pro meu pai – ela sorriu debochando dele.
- E você atrapalhada como sempre, derrubou tudo no vestido – ele começou a rir, quando Mery percebe que Sam estava sem jeito de ficar ali segurando vela em mais uma das tentativas de Justin Valencia voltar com Mery Silver.
- Lembra também da primeira vez que a Sam apareceu na cidade? Coitadinha – dizia Mery e deu uma piscadinha à amiga.
- Parecia uma patinha fora d’agua – Justin riu e abraçou a amiga, bem forte.
- Se não fosse a mãe da Mery conhecer a Eliz, eu tava feita – ela murmurou sem jeito.
Quando se ouvem risadas, eram os vândalos, os drogados andando e fumando pela praça.
Justin que antes ria, sua expressão mudou quando viu uma pessoa conhecida naquele meio.
- VICKI – gritou e foi na direção dela, ela estava com um cigarro de maconha na mão – JÁ NÃO BASTA? Eu já to cheio de ficar cuidando de você, garota. Nem me divertir com meus amigos eu posso, sem ter que ... Me deparar com estas coisas – ele estava quase chorando, quando Sam e Mery se aproximam dele e os amigos de Vicki começam a rir.
- Julie? – Sam acabou vendo a pequena garotinha turrona da biblioteca, e ela estava no meio deles.
- NEM COMEÇA, SAMANTHA... EU NÃO ESTOU NA BIBLIOTECA, VOCE NÃO MANDA EM MIM, AQUI – disse ela em alto e bom som.
- JULIETA MURLOCK – ouve-se um grito e Sam olha e vê a xerife se aproximando.
- E ela? Manda em você – disse calmamente Sam à garota.
Todos olharam para a xerife, e acabaram nem percebendo que Joseph estava escondido atrás de um carro, Vicki viu, e murmurou para ele.
- Vai, garoto – ele obedeceu e saiu de mancinho pela escuridão, quando de repente tromba em alguém.
- Eiii onde vai? Ou melhor, de quem foge?
- Caleb... – murmurou – Achei que tinha ido embora – falou o garoto ao dar graças a Deus de não ser a irmã.
- Eu ia, mas estou na casa do meu irmão.
- Achei que eles fossem da Itália, ouvi a Mery dizer isto.
- São, mas se mudaram para cá. O que tava fazendo? – querendo mudar de assunto, se não daqui a pouco estaria dizendo que era um vampiro, ou pior o garoto seria seu jantar.
- Tava ali, me divertindo com a Vicki e os amigos dela.
- E o que era realmente se divertindo? – perguntou Caleb já prevendo que isto não era bom.
- A gente tava... fumando, entendeu? – disse sem jeito – Mas eu não, não faço isto. Agora eu tenho que ir, antes que a xerife me pega, ai eu to ferrado na mão da senhorita Meredith – cochichou afim de ninguém ouvir, mas Caleb claro ouviu.
- Deixa que eu te levo, meu carro a ali perto, vamos – apontou para um Porsche negro em baixo de uma enorme arvore.
- Meu Deus, vou andar de Porsche? – disse alegre, quase que esquecendo de tudo que acabara de passar – Escuta, não tem problema de você ver minha irmã? – será que ele percebeu?
- Não, porque teria? – já estavam dentro do carro, um olhando para o outro, quando Caleb liga o carro e começa a se mover.
- Nada, não – disse quase resmungando.
Caleb riu.
- Então vamos logo senão sua irmã chega primeiro que você.
Todos estavam na delegacia, quando Tyler e o prefeito aparecem.
- Vicki? – exclamou Tyler ao ver a amada emburrada e sentada numa cadeira ao lado de Justin e Julie.
- TÁ DE BRINCADEIRA, MÃE – gritava Julie.
- Não acreito ago..ra a Carol vai... querer prender... a gente POR NADA – diz Vicki, meio que tropeçado nas palavras – NUM TEM COISA.. MELHOR PARA.. FAZER?
- Aqui mnão tem Carol e muito menos MÃE... Aqui é Xerife Murlock...
- Mas não é prendendo ela que vai resolver tudo – fala Tyler, quando a xerife olha para ele, enfim percebendo que ele estava ali com o prefeito.
A xerife dá uma olhada de rabo de olho para o prefeito.
- E o que você faz aqui? – pergunta ela.
- Ela precisa de tratamento, não de cadeia, pow – Tyler diz e olha para o pai que estava abobado olhando ou melhor encarando Julie.
- Você vai prender a sua filha? – perguntou enfim o prefeito.
- Falei que ela é louca – resmunga Julie.
- JÁ TÔ CHEIA, NÃO SEI MAIS O QUE FAZER, COM ESTA GAROTA – grita a xerife meio apavorada.
Mery olhou para Julie depois para o prefeito, ele a olhava de um modo estranho, mas talvez era imaginação da cabeça dela.
- Você tem que se tratar Vicki – disse Justin à irmã pouco se importando com o que Tyler dizia.
- Que tratar o que? Eu quero é me divertit... sei que vou morrer... todos vão... pelo menos eu sei do que será – ela dizia como se não tivesse medo, mas ela estava drogada e isto não contava.
- E você quer morrer também? – pergunta a xerife olhando para a filha – Ter uma overdose?
- Que male overdose... Eu nunca fumei, mãe.
- Mas andar com esta gente não leva em nada, filha.
- Tyler, diga... eu já fumei? – perguntou olhando para o ficante da amiga.
Tyler olhou para o pai que também esperava impaciente a resposta.
- Não, ela nunca fumou.
- E você Tyler? – perguntou Fred ao filho.
- Eu... eu... – não conseguia responder.
- Acha que fornecendo drogas a ela, vai ajudar? – perguntou Mery, Tyler a fuzilou com o olhar.
- Eu... eu não vendo... mais... Quero que ela se cure, não quero que ela morra – ele estava com cara de choro, olhando para Vicki e depois se virou para encarar Mery.
- QUER SABER? – gritou Vicki, fazendo todos voltarem seus olhares a ela – A xerife não vai me prender, né? – olhou para Carol.
- Não, não posso – respondeu.
- Então okay, tchau – ela ia saindo, mas antes olhou para a cara de Tyler e disse quase que cuspindo as palavras nele – E você, Tyler... VAI SE FUDER.
Tyler ficou com cara de tapado na frente de todos.
- Você viu o que eu vi? – perguntou Mery cochichando à amiga.
- Vi, Tyler bomzinho – respondeu Sam, tocando na amiga – Mery – ela chama a amiga, já que viu ou como ela mesma diz, sentiu algo – Seu irmão estava no meio.
Mery fechou os olhos para apagar a imagem que lhe veio na mente, Joseph fumando com Vicki, a garota problema da vida de Justin.
- Meu irmão, apaixonado por... Vicki – ela ia dizer “uma drogada” mas Justin era irmão desta drogada e ele já sofrera muito.
- Obrigado por ter vindo comigo – disse o garoto se aproximando de Mery.
- Não foi nada – abraçou ele – Poderia ser meu irmão.
- Joss nunca faria isto, nem pela Vicki – ele murmurou ainda abraçado a ela.