Caleb entrou literalmente voando pela janela de seu quarto, não teria coragem sequer de passar pela recepção.
- Porque fiz isso? A cada toque, a cada... eu a amo, mas porque? Porque sinto esta infernal vontade de matá-la. SEU MONSTRO - gritou consigo, e jogou algumas coisas que se encontravam na pequena escrivaninha no chão.
Então se ouve risos, risos de triunfo e vitória.
- Não Caleb, voce não é um monstro, voce é um... - ele olhou para a janela, e ve Ania, a pessoa que ele fora procurar no cemitério e encontrou nada mais nada menos que Mery em prantos e a beijou - Um animal, faminto digas se de passagem.
Caleb podia até ouvir o roncar de seu estomago, não comera nada esta noite, mas não seria por isso que morreria, tanto que já estava morto.
Ela num salto, pula da janela e para em frente a ele, estica a mão e Caleb olha um pequeno frasco de sangue, daqueles de hospitais, sem duvida ela roubara de algum, Caleb nem sabia o que era melhor, mas sem duvida, roubar era mais... como se dizer... BOM, PURO, talvez, que matar para saciar sua fome. Mas Caleb não bebia do sangue humano a um tempo, não que as pobres criaturas da floresta, animais não tivessem o direito à vida, tanto que é por isso que ele a esta hora se encontra faminto... Pela simples COVARDIA.
- Tome Caleb, não te salvei para passar fome, garoto - ela continuava com as mãos estiradas e Caleb a olhar o pequeno frasco.
Seus olhos se dilatavam seu estomago roncava, quase que uivava, mas ele resistiu. Sabia que se voltasse a experimentar sangue humano, ai sim nunca poderia se aproximar de Mery e os outros humanos, sem atacá-los.
- Não, obrigado. Sabe que sigo uma dieta rigorosa - fez piada de si mesmo, talvez para espantar a fome e as criaturas indesejáveis.
- Modelinho Closs up - riu diante a absurda piada.
Ania se sentou na cama de Caleb e abriu o frasco, como forma de torturá-lo. Cada gota de sangue que subia pelo fino tubo era como uma dança erótica para os instintos de Caleb, isso realmente o torturava.
- PARE, ANIA - ele gritou e se distanciou, como se estivesse saindo de um transe - O QUE QUER?
- Voce - ela sussurra - Será que não entende? EU TE AMO - lágrimas correram dos olhos vermelhos dela, e ela sumiu com o vento.
Será que ele tinha ouvido tudo certo? Será que ela realmente o amava?
Será que Ania, amaria alguém que não seja ela mesma?
De repente Caleb olha e para a mesma escrivaninha e lá se encontrava o frasco de sangue e um bilhete
" Só
Sabia que tinha ouvido a voz dele, ele veio atrás dela, ou de mim? O mais provável é que tenha me perseguido, e por fim se encontrou com Mery, ele ainda a ama - A ultima frase ele teve até medo de dizer, quem dera de pensar - Será que Oliver conseguiria o amor de Mery? Uma pessoa totalmente diferente de Maguie...
Amanheceu e Mery resolve ligar para a amiga vir encontrá-la no Hotel.
- Sam, noticias? - perguntou direta.
- Não, isso é você quem tem que me dizer... - disse em tom zombeteiro.
- Venha aqui no hotel, agora - riu, apesar de estar super preocupada com o que viu no cemitério e o que aconteceu.
Como seria? Depois do beijo, se é que este beijo aconteceu, não foi só fruto da imaginação dela.
- NÃO, ...FOI VERDADE... - tocou com o dedo indicador o próprio lábio - Eu ainda sinto ele, o gosto dele... - sorriu da forma torpi que estava - Apaixonada...
De repente a amiga aparece na porta de seu quarto.
- Às vezes eu tento descobrir como você é tão rápida.. e estranha... - sorriu ao ver a amiga rir do comentário - Mas eu sou sua amiga, não sou? - deu passagem para que ela entrasse e se sentasse na cama onde Mery fez o mesmo.
- Então novidades? - começou Sam, como se esperasse que Mery dissesse se o que ela queria ouvir - Mery, você parece que viu um fantasma - comentou ao ver a brancura da amiga e o ar de espanto.
- Talvez. Ontem, quando sai da biblioteca já estava anoitecendo mas eu fui ao cemitério visitar meus pais... - ela ia continuar, mas Sam a deteve.
- E o que tem de novidade ai? Você faz isto todos os dias desde... - engoliu a seco - Desculpe... - murmurou.
- Eu não sei... mas parecia que eu ouvia alguém me chamar, alguém me puxar para o... antigo cemitério.. e eu fui... Lá, eu me vi de frente com a antiga tumba da Lady do quadro... - pausou querendo tomar forças para contar o resto.
- E o que tem? - fez esta pergunta em tom sonoro - Em cemitérios tem tumbas.. e ela morreu aqui, Meredith.
Mery respirou fundo mais uma vez e fechou os olhos.
- Eu vi Oliver, o cara do quadro, o que estava ao lado do garoto que se parece com o Caleb - estas palavras saíram como sussurros por falta de voz e coragem, ou talvez discernimentos.
- Como? Agora eu sei... você viu mesmo um fantasma... por isto que ta branca deste jeito - riu do comentário que ela mesma fez - Você acredita em fantasmas?
- Por quê? Você não? - fez menção de intrigada.
- Sou uma bruxa, ou se esqueceu? - Mery engoliu a seco.
- Então eles existem? E acho que vieram por mim...
- Vieram? - perguntou Sam, ao receber um plural no comentário da amiga.
- Sim, Caleb era irmão de Oliver, na época...
- Você acha que Caleb veio para te buscar do além? Só por você ser parecida com a faleci... – de repente ela parou no meio das palavras - COMO EU SOU UMA BURRA, É CLARO... VOLTURIE... EU CONHEÇO A HISTÓRIA... MINHA IRMÃ É FASCINADA POR ELES - ela se levantou e saiu pela porta sem nem dizer mais nada à amiga que foi atrás.
- SAM, O QUE HOUVE? QUE HISTÓRIA? - elas foram até a casa de Sam, e entraram escondidas no quarto de Liz.
Sam pegou um livro enorme e velho na prateleira.
- Ela pegou há uma semana para ler... perecia que já previa que eles apareceriam - abriu o livro na pagina certa - Aqui! Os irmãos Volturie, morreram no mesmo dia.
- Isto eu sei, estava na tumba.. e Oliver me falou que não iria me.. perder ela de novo.
- Amiga, eles te querem e sinto muito mas Caleb é um morto vivo, um fantasma.
- Fantasma? Isto não pode ser.. fantasmas beijam? Ele me beijou - o olhar de Mery estava longe, lá no momento do beijo.
- Você corre perigo amiga... - esticou o livro diante de Mery fazendo ela sair dos pensamentos - Eles duelaram até a morte, por amor... Gostavam da mesma mulher, mas ela morreu... Preferiram ficar com ela, no mundo dos mortos.
- E porque eles me querem agora? - caiu sentada sobre a cama de Liz com o livro na mão, e uma lagrima caiu de seus olhos - Estou apaixonada por um morto... - sussurrou - Morto vivo, OS ATAQUES? - se levantou da cama num impulso.
Saiu pela porta da casa de Sam atordoada sem dizer coisas com sentidos, Sam acabou deixando-a ir.
Mery entrou como se fosse um vulto no hotel e foi direto para o quarto pegou seu notebook e pesquisou no Google.
" Ataques
Começou a ler palavras que ecoaram em sua mente como se caíssem perfeitamente
Parou de ler mas tudo ficou em sua mente, até o que não leu... NENHUM SANGUE, CEMITÉRIO, FLORESTA... Eles não são fantasmas... são assassinos, são monstros... - Seus lábios começaram a tremer de medo ou talvez ódio, porque eles viriam para lá, para buscá-la?
Num impulso ela saiu de seu quarto de bateu na porta do quarto ao lado o de Caleb, ele abriu com um olhar de pena, como sempre se manteve perto dela... O que ela não entendia ainda, era o porquê dele fugir dela, se viera para MF para buscá-la, porque fugiria?
- O QUE VOCE É?- foi direto ao ponto.
- Você sabe o que, sou - ele viu isso nos olhos dela, de medo.
- ME DIGA? - gritava apavorada.
Caleb tomou fôlego, fechou os olhos como se quisesse tirar forças para dizer.
- Um vampiro - seus olhos eram de dó e tristeza. Talvez arrependimento por algo, mas o que?
Mery começou a se mover para trás, mas continuava a olhar para aqueles olhos tristes, os dela não só estavam tristes, mas com medo, pavor, e parecia que isto deixava Caleb ainda mais destruído.
- Não tenha medo de mim - ele tentou tocá-la pela primeira vez ele conseguiu tocá-la.
- Por isso que você é gelado, você esta morto - esta ultima palavra soou como nojo, talvez.
- Eu não vou machucá-la - ela se distanciou dele e saiu correndo pelo corredor tentando alcançar sua porta, quando enfim tocou na maçaneta ele estava ao seu lado, mas não disse nada, parecia que não conseguia.
- Fique longe de mim - ela disse com desdém.
- Precisamos conver... - ela entrou e fechou a porta na cara dele, Caleb acabou caindo sentado diante a porta do quarto de Mery e pôs-se a chorar.
Ele sabia que isto aconteceria... Não aconteceu com Maguie porque ela não soubera, mas sem duvida isto iria acontecer cedo ou tarde. Era seu destino ficar só, assim como Ania disse quando ele morreu.