A única coisa que ele poderia fazer era ir para o seu quarto e arrumar suas coisas e ir para longe dali o mais rápido possível, Mery nunca iria querer ele, e cidade não seria nada hospitaleira quando descobrirem que ali, vive um vampiro.
Caleb tinha que ir, com todo cuidado ele pegou suas coisas e colocou na mala, todas as coisas, isto ate fazia parecer que eram muitas, mas nada mais que algumas lembranças de seu passado como humano, o que ele não teve coragem de jogar fora, assim como sua medíocre vida.
Ele se sentou na beira da cama e fos-se a chorar, com as mãos nos olhos, mas ele sentiu um vento soprar uma brisa que trouxe consigo um cheiro que ele conheceria muito bem, mesmo depois de séculos, ele sempre seria o mesmo, lentamente ele levantou a cabeça e murmurou ainda na metade do caminho, para olhar para a figura na sua janela, a esperar que ele o convide.
- Oliver - murmurou um pouco sem paciência - Sinto muito em lhe dizer, mas - deu um sorrisinho de lado o mesmo que o irmão sempre dava - Não vou convidar-lhe a entrar, já estou de saída, irmãozinho - porque será que ele focara no parentesco, se Oliver mesmo, não dava a mínima disso.
Oliver se encontrava agachado diante a soleira da janela olhando para o irmão casula e com um sorriso zombeteiro no rosto.
- Ta, então eu vou com você. O que vai ser desta vez? Um coelho? Um pastor? O que maninho? - fez cara de desentendido diante a cara de nojo do irmão.
- Não vou caçar, Oliver. Vou embora desta cidade, não somos bem vindos aqui - disse sonoramente e se levantou, pegou a mala que já estava pronta e olhou novamente para o irmão, havia sumido.
Abriu a porta e saiu, mas antes deu uma ultima olhada no quarto, ali havia sido a sua casa por apenas 2 dias. Mas ele foi bem recebido, até este exato momento...
Fechou a porta e saiu escadas abaixo, foi até a recepção entregou a chave, como já havia pago uma semana, nem se deu o favor de comentar com ninguém sobre sua partida, nem mesmo com a dona do hotel que por ventura era avó da pessoa que o motivou a ir.
Não diga-se que era por conta que Mery soubera que ele era um vampiro e por sentir medo dele, e poder contar isto a todos da cidade, mas sim por medo dele, de machucá-la.
Quando Caleb saiu na porta principal teve a impressão de que alguém o vigiava, olhou para trás e viu o vulto de Mery na janela do seu quarto o olhando. Pelo menos agora ela sabe que ele ia ir, e nunca mais iria se aproximar dela, como ela pedira.
Ele abriu a porta do Porsche e colocou suas coisas dentro, quando pensou em olhar novamente para a janela ela já não estava mais lá, ele então entrou e fechou a porta, apoiou-se no volante e começou a chorar.
Precisava sair dali, agora. Antes que se arrepende-se e voaria até o quarto dela, e a... BEIJARIA.
Ligou o Porsche e o motor roncou, mas algo não o deixou ir a diante, seu irmão parado em frente ao carro, não que se ele passa-se por cima dele, iria matá-lo, mas ele nunca faria isso, seria como se mata-se seu irmão pela segunda vez. E uma já era muito para a existência dele.. para sua consciência.
- Eu só quero saber uma coisa – disse ele em alto e bom som.
- Diga – murmurou Caleb pondo a cabeça para fora do carro.
Oliver se agachou diante a porta do carro do irmão e disse:
- Vai desistir assim? Desistir da Mery, do mesmo jeito que abandonou a Maguie? – não a vendo resposta ele riu – Só quero que saiba que eu não vou abandoná-la, eu não vou desistir dela... Se você é hipócrita o suficiente para fazer isto e deixa-la para mim – deu um sorrisinho falso – Eu não sou.
- E eu não sou nada da Mery, e ela não é a Maguie, irmão – ele disse em palavras cortadas, por ter acabado de ouvir aquilo do irmão.
O irmão deu um sorrisinho de canto e se virou de costas para o irmão.
- Você quem sabe, Caleb... Vai deixar os tais que diz que te receberam com tanto... agrado? – se virou novamente afim de olhar para a cara do irmão – Não se esqueça que seu irmãozinho aqui, e ANIA – ele focou no nome da perversa vampira – estão aqui, e sem você podem muito bem fazer o que quiserem com eles.
- Não se meta com eles, muito menos com Mery – ele disse em dentes serrados.
Oliver deu uma gargalhada e olhou para a janela do quarto de Mery, depois se virou novamente para Caleb.
- Vamos ver quem ela escolhe... já que Maguie não pode, não teve tempo de escolher, entre os irmão.
- Ela odeia os vampiros, ela tem medo da gente, tem nojo... – ele disse sentindo dor em seu peito, por estar falando dele e da mulher que ama – E você, é um vampiro, irmão. Nunca se esqueça, que você esta morto.
- Como vou esquecer... – deu um sorrisinho falso e se agachou diante a porta do carro que estava com o vidro aberto e disse no ouvido do irmão – Você me matou!
Caleb engoliu a seco, diante aquela frase, “ eu o matei “
- Eu te cacei a minha vida inteira, coisa que não foi pouca... e agora que eu tenho um... MOTIVO para fazer você sofrer, por perder a mulher que ama... COMO VOCE FEZ COMIGO, eu não vou perder esta chance, Caleb.. Eu vou tê-la, e você? – riu – Vai ver a nossa felicidade... sofrendo... SOZINHO – ele se virou e ameaçou ir embora, mas foi até a outra porta e a abriu, entrou – Vamos para a minha casa.
Oliver olhou para a expressão do irmão de dor e ódio.
- Vamos? – ele disse querendo persuadir o irmão a sair dali.
- Você tem casa? – perguntou ele assustado e ligou o carro novamente.
Oliver deu uma gargalhada diante o comentário.
- Achou o que? Que eu morasse num cemitério numa tumba escura, e gelada? – ele deu aquela olhadela – Anda assistindo muito filminho de vampiro apaixonado, heim maninho – sorriu.
Quando chegaram na casa de Oliver, que não era no cemitério, mas sim na floresta, ele estava vivendo ali
- LUCY, VENHA VER QUEM EU TROUXE – gritou o irmão mais velho à pequena que saiu correndo descendo as escadas para abraçar o irmão preferido.
- CALEB, ESTAVA MORR... DE SAUDADE... – ela não teve coragem de dizer aquela palavra, pois já estava morta.
- Lucy, minha pequena – Caleb a abraçou, ela era tão fraca e indefesa, nem parecia uma vampira, de longe muitos diriam que ela era doente, por sua palidez.
A pequena garotinha loira era tão fraca que deu um suspiro nos braços do irmão e...
- Lucy? Lucyyyyyyy – olhou para o irmão e depois para a irmãzinha no seus braços desmaiada – O que você fez com ela?
- Ela quer morrer – disse Oliver pouco se importando.
- COMO? POR QUÊ? – por quê? Ele sabia o por que... conhecia Lucila, muito bem.
- Ela diz que nunca atacaria um humano, e nunca mataria um animal – disse Oliver com um copo de uísque na mão, e colocando o conteúdo no mesmo – Servido?
- Nossa irmã aqui desmaiada de fome, e você ai? Bebendo? – ele pegou-a no colo.
- Leve-a para o quarto – apontou para a escada, Caleb foi subindo mas escutou antes o irmão dizer.
- Ela é igual a você... – ele fora atrás do irmão para mostrar-lhe o quarto da bela.
Caleb colocou a irmã na cama com todo cuidado, e deu um beijo em sua testa.
- Ela ficou este tempo todo vivendo de que? – perguntou não entendendo, se ela era vegetariana, como um vampiro viveria todo este tempo sem sangue?
- As vezes ela... dava uma rebelada... mas, sempre que caia em si, ela ficava um bom tempo trancada no quarto se lamentando, até sair todo o sangue de si – ele tomou um gole do uísque – Tem certeza que não quer? Ajuda a se controlar.
- Você não deu isto a ela? Deu? – seus olhou transpassavam raiva, pelo jeito que o irmão tratava Lucy.
- Claro que não... Ela nunca aceitou... Já disse, ela é igual a você – deu as costas e foi saindo do quarto, Caleb voou em sua direção pegou o copo de sua mão e jogou-o longe fazendo ele cair em pedaços no chão – Nunca mais haja como se não se importasse com ela, entendeu? – ele o olhava intensamente nos olhos.
Oliver gargalhou.
- Acha que tenho medo de você? – saiu do encontro do irmão e foi descendo as escadas – Agora vou dar uma voltinha, ver se encontro alguma alma apetitosa...