- Vicki tem certeza que quer roubar isto? – perguntava a bela loira.
- Sim.. você não tem? – perguntou ela como se soubesse a resposta, e para isto não precisava ser Sam Sunn.
- Claro – respondeu sonoramente, ela pegaram e quebraram o vidro da porta de entrada do Pet shop dos Silver e entraram sem ao menos ser cautelosos.
- Peguem o que quiserem.. Mery não vai ligar... – disse se divertindo, e sorriu quando viu um pequeno frasco de remédios para uso veterinário, aquilo seria a sua diversão.
- Mas Mery não é quase da sua família? – perguntou o punk.
- Sim... a mãe dela era grande amiga da vagaba da minha mãe... e ela enganou o meu irmão da vida toda dele... o pobrezinho ainda acha que vai se casar com ela – fez cara de dó e começou a rir – UM OTÁRIO.
Ela virou o frasco na boca e depois jogou o resto sobre uma mesa e começou a quebrá-los ou melhor, amassá-los com um peso de folhas.
Eles detonaram com o local inteirinho.
Caleb chegou quase que como um vulto na casa de seu irmão, fazendo até Lucy assustar. Mas a garota assustou mais foi com o olhar de tristeza do irmão, que subiu no seu quarto e se trancou.
Ele mal entrou no quarto e teve uma súbita visão, assim como as que tinha inexplicavelmente com Mery. Sim, ele viu novamente Mery morrendo, nas mãos de um vampiro que ele não sabia quem era.
- NÃOOOOOO – ele gritou em seus pensamentos, mas sem duvida muitos poderiam ouvir, já que ele soou com tanta força e dor.
- Preciso salvá-la, mas de quem? E como? Ela me odeia, eu sou um vampiro. Eu sou o que matou seus pais, como ela me amaria? – ele gritava consigo mesmo – Ela é como Maguie... – sussurrou e acabou caindo sobre a cama.
Mery logo que subiu em seu quarto, queria tirar de si aquela aparência de derrotada e de preocupação. Mesmo que um banho não resolvesse isto, ela o fez. Ficou minutos em baixo do chuveiro, e mesmo que tentasse só vinha duas coisas em sua mente. Primeira: Caleb era um vampiro, e ela estava apaixonada por ele e o pior aquele beijo não saia de sua cabeça e Segunda: Ela precisava manter Oliver o mais longe possível de seu irmão e seus entes, mesmo que não conhecesse ele, ela não sentia que poderia confiar em um vampiro.
Ela enfim saiu da suíte e já estava em seu quarto, enrolada em uma toalha ela olhava o cansado rosto no espelho, como poderia disfarçar a todos no jantar que dentro de si estava a toda, estava pilhada. Resolveu colocar uma roupa bem colorida, diferente de todas as que sempre colocava talvez assim iriam achar que ela estava alegre por ter encontrado Joss a salvo, não que não estava. Mas o que não a deixou alegre foi saber que um vampiro o achou e que a xerife o tinha como o herói e o pior Joss poderia gostar dele. Ela bem que sabe que vampiros são desesperadamente apaixonantes e encantadores.
Deu uma ultima olhada no espelho e foi ao encontro do guarda roupa, pegou um vestido laranja e um conjunto de lingerie. Tirou a toalha que cobria seu corpo e colocou a calcinha, preta. Esta peça, sim estava de acordo com seu interior, negro e sombrio. Colocou o sutiã da mesma cor e enfim se olhou no espelho para ver se estava de acordo, ou estava realmente dando a cara a tapa, mas viu um reflexo de alguém no espelho. Mas não era alguém, era Caleb em sua janela e espreitando.
- O que faz aqui? – exclamou – Esta ai a muito tempo? – ela tateou a cama em busca da toalha que antes se enrolara, mas não achou.
- Cheguei agora, porque? – mentira ele estava ali, desde que ela tirou a toalha, ele a olhava de forma tentadora.
- Nada – enfim conseguiu achar a toalha e se enrolou novamente – Vai ficar ai? – ela ia dizer para ele entrar, mas ele a deteve.
- Melhor não, eu te encontro na praça pode ser? – ele disse ainda da janela a olhando tentadoremente.
- Porque? – ela ainda não conhecia as lendas sobre os vampiros.
- Se me convidar, eu posso entrar no seu quarto a hora que quiser, e isto não é bom – as ultimas palavras não saíram tão fácil.
- Ta, eu dou um jeito de te encontrar lá – ela mal deu tempo de piscar e ele já não estava mais lá.
Ela estava linda naquele tubo laranja, e ele estonteante a esperando sentado no banco da praça, parecia impaciente, talvez estivesse com fome.
- O que quer? – ela foi direto no assunto.
- Oi – ele quis ser educado.
- Oi, tudo bem? – quis mostrar que também era – Agora vai falar? – ela parecia agitada, então se sentou ao lado dele no banco.
- Primeiro queria pedi... perguntar se eu posso continuar ajudando o... Joseph no trabalho – ele falava com a cabeça baixa, mas a levantou – Ele parece estar precisando.
- Ta bem... Apesar de tudo... Eu ACHO, que confio em você – este “acho” o agradou, por mais que queria que ele não existisse – Você poderia ter me matado.. – ele sentiu uma pontada em seu interior quando ouviu isto, ele seria capaz de matá-la, acho que não. Nem mesmo se tivesse passando fome.
Ele a amava, mais que tudo. Mas ele se calou por uns segundos.
- E segundo – prosseguiu ele – Eu.. você agora sabe que eu sou um... vampiro, e eu... – ele não sabia como dizer.
- Não se preocupe, eu não vou contar – ele não acreditou no que ouviu – Mas, fale para o seu irmão, não se aproximar do Joseph, eu disse, eu ACHO que você não seria capaz de fazer mal ao Joss, mas eu não conheço você dois, e... – ela teve remorso ao pensar em dizer isto, mas precisava – Eu não confio em vocês – disse olhando bem nos olhos cor de esmeraldas dele, que se encheram de lagrimas.
Mas elas não caíram. Ele engoliu a seco e sussurrou.
- Oliver, nunca faria mal a você, e nem a quem você ama – ele estava falando por si, não pelo irmão, né?
- Porque? PORQUE VIERAM PARA CÁ? – ele gritou em protesto, por tudo aquilo.
- Eu vim por você, para te conhecer – e era verdade.
- Me conhecer – soou como se ele não tivesse acreditado – Como se o destino nos juntasse de novo? EU NÃO SOU A MAGUIE, ELA MORREU E VOCE TAMBEM ESTA MORTO. EU SOU UMA HUMANA, E VOCE E SEU IRMÃO DOIS VAMPIROS MALUCOS QUE ACHAM QUE SÓ PORQUE EU SOU PARECIA... IDENTICA A ELA, EU TENHO QUE FICAR COM VOCES... – ela iria prosseguir mas parou ao olhar a expressão de dor dele, ela o feria com aquilo e ela sabia disso, mas ela tinha que mate-lo longe dela e dos outros.
- Agora você já sabe.. – ela se levantou e olhou diretamente para ele, fingindo não se importar com tudo o que acabara de jogar nele – Estamos combinados, eu não conto a ninguém que nesta cidade mora dois vampiros e você mantém seu irmão longe do meu – ela se virou e saiu, sem nem dizer “tchau”.
Enquanto isto um dos amigos otários da Vicki acabou deixando o alarme ser ativado, o lesado ativou o alarme escondido em baixo da mesa do consultório e nem percebeu. Todos saíram correndo pela floresta e a Vicki foi parar no cemitério abandonado, bêbada e drogada como sempre.